Uma preocupação frequente de adultos,
mães, pais e educadores é de preparar as crianças para o mundo
como uma forma de expressar todo o seu medo da sobrevivência no
futuro.
O que não se dão conta é de que em
nome do medo do futuro, o que as pessoas fazem é tirar as
possibilidades de uma preparação das crianças para viver a
realidade do presente. Esse é um exercício já natural das crianças
desde que nascem.
Esquecem que esse é o melhor exercício
para preparar qualquer pessoa, pois quando estivermos no tão temido
futuro, na verdade estaremos mesmo é no presente.
Preparam tanto as crianças para o
futuro que elas deixam de viver na presença e assim perdem o
conhecimento de como viver. Quando o futuro chegar os futuros adultos
sempre estarão se preparando para viver no futuro e nunca viverão o
presente, pois foram treinadas para isso durante toda a infância e
adolescência.
Impossibilitados de viver no presente e
também já com alguma nebulosa consciência de que o futuro nunca
chegará, os adultos transferem seus medos para as novas crianças e
assim repetem o ciclo de um futuro que nunca chega.
Estranhamente o que vemos como
resultado é uma humanidade muito segura de sua sobrevivência com
desenvolvimento em desigualdades e produzindo hecatombes ambientais
que ponhem em possibilidade a ameaça de deixar um planeta destruido
para as novas gerações, com o solo poluído por químicos agrotoxicos, rios enlameados por metais pesados, florestas devastadas, mares poluídos... Será correto no presente ou
no futuro as pessoas continuarem se adptando a esse sistema?
Precisamos gerar novos processos
educativos em nossas vidas, onde os adultos se adaptem ao presente e
aprendam a tomar decisões que levem o VIVER em conta. Para isso é necessário admitir que nossas crianças são biologicamente preparadas desde que nascem para lhe dar com problemas e situações no
presente sem medos descabidos ou ressentimentos.
Assim fomos um dia, antes de sermos
escolarizados. Precisamos criar nossas crianças aprendendo algo com
elas: aprendendo a saber viver no presente, em contato com a
natureza, com o prazer de viver socialmente sem competir, amando e
sendo amado sem ressentimentos e criando a cada momento sempre novas
e melhores maneiras de enxergar e praticar o mundo... O mundo que se
adapte!
*Por Igor Sant'Anna Caxambó